Relíquias do meu Avô Salvador

Eu estava conversando com a minha queridíssima amiga Tânia (Pedacinho do Céu) e falei a respeito das "coisinhas" que tem na casa do meu avô e que sou apaixonada, tudo tem história, um significado, mas ele é duro na queda e não deixa eu trazer nem as canequinhas,rsrsrs... Amiga lembra que enquanto eu descrevia os objetos e datas, você me perguntou se lá não era um antiquário? rsrsrsrs...Pois então, resolvi postar uma amostra do que tem por lá guardado (muitos cobertos pela poeira do tempo), realmente você está certa, pois é quase um antiquário.
Muito mais importante que o valor é a importância que cada objeto tem na história da vida dele e da minha família.

O garoto chama-se Antônio Siqueira Pereira era o pai da minha finada Avó, ou seja meu bisavó com seus pais e irmã, foto de quando eles chegaram ao Brasil vindo de Portugal, os bisavós por parte do meu avô eram italianos. Essa foto é guardada a 7 chaves por minha tia Neuza e através dela estou fazendo a árvore genealógica da minha família.

Vovô Salvador Vila Nova, uma das figuras mais conhecidas de São Miguel do Guamá. Sai todos os dias para trabalhar pedalando a sua bicicleta que deve ter uns quarenta anos.

Esse relógio é a minha paixão e lembra minha infância...

Lembro da Tia Ná passando roupa com esse ferro e minha função era colocar o carvão...

Essa cama de ferro pertenceu a minha falecida Avó e deve ter mais de 50 anos...

Acreditem esse rádio ainda funciona...
Meu Avô que fez essa cama...

Quero tanto essas canecas esmaltadas para a prateleira que colocarei em cima do banco da mesa da minha cozinha que é toda branca com detalhes verdes...

Não faço idéia da idade dessa imagem...

Essas malas foram utilizadas quando meu Avô veio do Piauí para o Pará, ele tinha dez anos na época, hoje tem 85 e lembra até o nome da primeira professora...uma memória impressionante...

O tempo

O segredo do tempo é consumi-lo sem percebê-lo.

É fingir-se infinito para não o vermos passar

É fazer-se contar em anos em vez de momentos

Relógio, despertador, cronômetro, calendário

Tudo engodo para imaginarmos prendê-lo, controlá-lo

Ampulheta, único instrumento sincero do tempo

Regressivamente, nos impõe a gravidade

De haver realmente um último grão

Riscando na areia a nossa fragilidade

Mas o tempo é imparcial

Não distingue rico de pobre

Preto de branco, homem de mulher

Devora-se sem escolhas

Matar o tempo é matar-se sem sentido

Perdê-lo é viver em vão

Faz-se devagar nos maus momentos

Depressa quando o queremos

Ponteiro invisível da vida.

Peça necessária do fim

A sua fome é insaciável.

A sua vontade é determinante

A sua procura é unanime

Se esconde nas sombras que se movem.

Nos objetos que não mais servem

Nas pessoas que nunca mais vimos

Na podridão das frutas que não foram colhidas

Nas lembranças já esquecidas

Revela-se nas fotos que se desbotam

Nas cartas que amarelam

Nas crianças que crescem

Nas rugas que aparecem

Deixa-nos a esperança de Pandora

Nas ações dos que virão

No nascimento dos rebentos